Projetos para financiamentos

Os profissionais de planejamento estão habilitados para fazer diversos tipos de projetos agropecuários

O crédito rural é um financiamento voltado para agricultores, associações e cooperativas para facilitar o agronegócio. O auxílio permite a eles expandir as negociações, investir em sua atividade e custear os custos de produção e comercialização dos produtos. Ao baratear os custos do empréstimo, por ter taxas de juros e prazos de pagamento diferenciados, é possível criar uma rede de colaboração entre os produtores rurais, reduzindo os custos de produção.

Para conseguir o crédito rural, o produtor deve apresentar o projeto técnico elaborado por um profissional habilitado, junto com com um relatório da análise de solo, um cronograma para uso e reembolso do valor solicitado e as garantias, que são previamente combinadas com a instituição financiadora. Essas regras estão previstas na Lei nº 4.829/1965, que institucionaliza o crédito rural.

Quais são as principais modalidades existentes?
Os valores disponibilizados são operados por bancos e cooperativas de crédito. Por sua vez, eles direcionam os recursos captados para empresas, cooperativas de produtores rurais, agricultores, pecuaristas individuais e pessoas físicas. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, ou Pronaf, é uma iniciativa do Governo Federal e busca fomentar a geração de renda e melhorar a mão de obra familiar nas atividades rurais. Ele também se divide nessas modalidades de crédito. Veja, agora, quais são as três formas mais comuns de crédito rural.

1. Custeio
Financiamento de despesas da produção, como a aquisição de insumos. Funciona como capital de giro e pode ter prazos de 6 a 24 meses, dependendo da exploração ou atividade na área agrícola, produtiva ou pecuária. Também permite pequenos investimentos, como tratamento do solo e compra de novos animais. No Pronaf Custeio, o produtor rural obtém auxílio para atividades agropecuárias, de beneficiamento, de comercialização e de industrialização, tanto para si mesmo quanto para terceiros, desde que todos estejam enquadrados no programa.

2. Investimentos
Compras de serviços e bens, como aquisição de máquinas e obras de irrigação. Os investimentos em aquisições de novas tecnologias são benéficos para o campo, pois possibilitam a produção agrícola com maior eficiência e menor degradação ao meio ambiente. No Pronaf Mais Alimentos ou Investimento, os recursos são utilizados para aprimorar a produção e a infraestrutura da propriedade ou de comunidades locais. Ele também é subdividido em Pronaf Mulher, Pronaf Jovem, Pronaf Eco, Pronaf Agroindústria e Pronaf Agroecologia.

3. Comercialização
Financia obras voltadas à compra e venda de produtos, como a estocagem e a proteção de preços. Os recursos disponibilizados nessa modalidade asseguram ao produtor rural e suas cooperativas o armazenamento seguro e eficaz da colheita, além de garantir o abastecimento durante a queda de preços e fornecer o capital necessário para que os produtos cheguem ao local de vendas. O Pronaf não tem uma modalidade específica para a comercialização. No entanto, o Decreto 58.380/1966 descreve 12 modalidades especiais de crédito rural, que têm, entre outras, a reforma agrária, cooperativas e outras linhas.

O crédito rural no agronegócio ajuda bastante tanto os produtores rurais quanto as cooperativas e associações a adquirir terras e ampliar seus negócios. Além disso, conta com taxas de juros reduzidas e parcelamentos mais amplos, de acordo com a necessidade de cada pessoa.

Quais são as vantagens do empréstimo rural?
É muito importante conhecer de quais benefícios a sua propriedade rural pode usufruir com a sua contração. Além de poderem contar com meios que possibilitem o financiamento da produção e o crescimento do seu negócio, como a compra de máquinas e equipamentos, os produtores rurais têm ainda outras vantagens ao solicitar o crédito rural. Confira algumas delas a seguir.

Produtos com taxas de juros menores
Em relação aos demais produtos de crédito existentes, os juros cobrados em cada operação de crédito rural são muito menores. Isso ocorre porque tais transações são subsidiadas pelo governo por meio dos programas de fomento que citamos, a fim de garantir o acesso a esse produto principalmente aos pequenos e médios produtores. Outra vantagem é que, dependendo da modalidade de crédito escolhida, pode haver uma redução maior da taxa e até mesmo a diminuição ou a isenção de tarifas de serviços relacionadas à transação.

Adequação das condições segundo a finalidade do crédito
As modalidades de contratação de crédito rural se adaptam conforme a finalidade desejada. Os recursos dessas soluções em crédito são classificados de forma geral em investimento rural, custeio e comercialização.  Além disso, existem subdivisões voltadas também a públicos específicos: Funcafé, direcionado aos cafeicultores, e Pronaf, que também conta com modalidades distintas, como Pronaf Cotas-Partes, Pronaf Semiárido e Pronaf Floresta, apenas para citar alguns. Tais divisões são importantes para garantir o atendimento às especificidades de cada perfil e modalidade de produtor. Assim, todo o processo de contratação é direcionado, o que acaba facilitando o cumprimento e a comprovação de requisitos, reduzindo a burocracia e, consequentemente, alavancando o desenvolvimento desses negócios.

Valores e prazos adequados à necessidade do produtor rural
Ainda que o crédito agropecuário tenha um limite para a solicitação de recursos, ele ainda consegue atender bem os produtores, principalmente os de menor porte. Dessa forma, o montante disponível para cada transação obedece a variação de itens importantes, como o nível de produção, a capacidade de pagamento do solicitante e a viabilidade financeira econômica dos produtos que serão produzidos.

De igual modo, os prazos de pagamento também variam conforme o tipo de crédito. O crédito voltado para o custeio agrícola permite ao produtor planejar a expansão da produção e diversificar as suas atividades, levando-o a aumentar a produtividade e a geração de renda, o que, por sua vez, tem um impacto direto na qualidade de vida. Tal custeio costuma ter um prazo de até dois anos para pagamento, enquanto que os financiamentos do BNDES, por exemplo, trabalham com prazos mais longos, que chegam a até 10 anos.